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José Tavares é Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Aveiro. Doutorado em Filosofia pela Universidade Católica de Lovaina (bélgica), em 1977, Agregado em Psicologia da Educação pela Universidade de Aveiro, Portugal, em 1988. Coordenou a área de Psicologia do Departamento de Ciências da Educação de 1980 a 2009 e a Unidade de Investigação Construção do Conhecimento Pedagógico nos Sistemas de Formação (CCPSF) de 1995 a 2006. Foi Director do Departamento de Ciências da Educação da Universidade de Aveiro e Coordenador da Comissão Científica, Presidente do Conselho Coordenador e da Comissão de Gestão do CIFOP-UA, Presidente do Conselho Científico da Escola Superior de Educação de Leiria e Director do CIDInE (Centro de Investigação, Difusão e Intervenção Educacional) entre outros cargos e funções académicos. De destacar, na sua obra publicada, Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem (1985), Uma Sociedade que Aprende e se Desenvolve (1996), Formação e Inovação no Ensino Superior (2003), Manual de Psicologia de Desenvolvimento e Aprendizagem (2007), O Poder Mágico de Conhecer e Aprender (2011), A Universidade de Ontem e Amanhã em Discurso Direto (2017) entre outros muitos títulos de livros, capítulos de livros e artigos ao nível nacional e internacional no âmbito da sua especialidade e, designadamente, sobre docência e aprendizagem no ensino superior. Coordenou e desenvolveu vários projectos de investigação financiados por diferentes entidades nacionais e internacionais e orientou 23 teses de doutoramento e 22 teses de mestrado. Participa ainda em alguns projectos de pesquisa e formação, em editoriais de revistas da especialidade e coordenou uma linha de investigação do CIDInE sobre ¿Docência e Inovação no Ensino Superior¿ na qual se desenvolveu o ¿Projeto de Investigação internacional ¿Marcadores de formação, inovação e pesquisa na Universidade de hoje e do próximo decénio¿ que também coordenou.
Formação e inovação no ensino superior
Como estamos, hoje, em termos de formação e inovação no ensino superior? É a questão que terá que continuar a colocar-se. As respostas parecem apontar no sentido de que, embora os ambientes ou contextos e os processos de conhecer, aprender, ajudar a aprender e a pesquisar tenham mudado bastante, os resultados ainda não são muito perceptíveis. Por outro lado, a velocidade e a circulação da informação está a exigir uma outra conceção e atitude dos processos de formação e pesquisa com base em novas metodologias. É neste ponto, onde a inovação parece não ter tido grande progresso embora haja ideias que começam a fazer o seu caminho e poderão ter um impacto que, neste momento, ainda não é muito visível.
De qualquer modo, pode, desde já, observar-se a emergência de novos modelos de docência e aprendizagem no ensino superior com base, sobretudo, em novas formas de acesso à informação e sua gestão em novo conhecimento bem como a sua comunicação e partilha presencial e à distância que os novos contextos socioculturais e tecnológicos vieram facilitar.
Para isso, é imprescindível uma verdadeira autonomia, respeito pela diversidade sem perder de vista o sentido da unidade, abertura de espírito, ligação, conectividade pessoal, social e cultural, trabalho, esforço, compromisso, organização e gestão, colaboração e partilha aproveitando todas as possibilidades que as novas tecnologias da informação e da comunicação oferecem e disponibilizam à escala global. Grandes desafios, possibilidades e riscos estão ao alcance da humanidade que a formação, a inovação e a pesquisa no ensino superior não poderão deixar de considerar e ter presentes na sua ação. Para que essa transformação aconteça na realidade precisa-se de uma nova mentalidade que se abra às ideias mais avançadas e consistentes que o progresso científico e tecnológico está a possibilitar bem como uma nova maneira de estar e de agir esclarecida, rigorosa e exigente que garanta a sua concretização e realização.
As tendências mais avançadas e inovadoras na docência e na aprendizagem parecem ir claramente nesta direção mas será preciso incentivá-las, desenvolvê-las, consolidá-las e otimizá-las. Nesta ingente tarefa, o poder mágico de conhecer e aprender com inteligência, emoção e querer, trabalho e envolvimento pessoal, social e profissional é a condição sine qua non para o seu sucesso. Convirá, no entanto, clarificar e incentivar o sentido profundo dessa ação de conhecer e aprender que atravessa e configura toda a atividade humana. É também na escola e, sobretudo, na escola que este trabalho deve ser feito com os alunos . Para que isso aconteça, na realidade, as estratégias, os métodos de conhecer, aprender e investigar deverão ser profundamente repensados e, porventura, alterados.
Se queremos atingir maiores níveis de organização, gestão de recursos e de produtividade nas nossas sociedades, o grande trabalho terá que ser feito nas instituições de formação inicial e contínua ao longo da vida, nos múltiplos e diversos lugares de trabalho envolvendo o maior número de pessoas válidas e durante o mais tempo possível. Só assim, os povos serão mais ricos e poderão fazer uma distribuição da riqueza mais justa e equitativa elevando tanto quanto possível os níveis de possibilidades e de bem estar de todos ou, pelo menos, do maior número. As elevadas percentagens de pobreza que tendem a aumentar nos nossos dias só provam que há algo a fazer em profundidade e em extensão com calma, serenidade e rigor a que a contestação, os manifestos e o ruído inútil não acrescentam nada para além de serem uma enorme perda de tempo e de energias que poderiam ser empregues de uma forma bem mais séria e eficaz.
O que nos vai chegando da leitura dos novos contextos e exigências de um mundo cada vez mais globalizado e desligado de referências éticas que o orientaram num passado não muito distante, diz-nos que é necessário repensar a formação dos cidadãos em todos os níveis de um modo mais autónomo, aprofundado, colaborativo, inteligente, livre e responsável utilizando todos os recursos disponíveis que, hoje, nos são facilitados pelo progresso científico, tecnológico e sociocultural. Este parece ser o grande desafio que se coloca a todos os atores de educação, socialização, formação, pesquisa, cultura e desenvolvimento científico e tecnológico. Mas o mais importante e decisivo é o saber encontrar o seu equilíbrio humano entre os avanços tecnológicos e a sua justa apropriação e articulação com o desenvolvimento dos valores éticos e culturais bem como a sua abertura aos outros no sentido da optimização pessoal, profissional e social na prossecução desta sua grande aventura, no espaço e no tempo, a caminho da sua realização.
Não basta, pois, mais ciência, cultura e tecnologia é necessário um ideário verdadeiramente humano e solidário, exigente, rigoroso e tolerante. Será isso aquilo que poderíamos chamar sabedoria. O nosso tempo precisa de mais sábios inteligentes, livres e responsáveis que ajudem os humanos a tornar-se mais humanos contra uma barbárie que avança e se globaliza de uma forma desenfreada e escandalosa a coberto de discursos de um politicamente correto que apenas mascara a inércia de um status quo gritante e intolerável.
Não basta pedir mais recursos para a formação e a pesquisa no ensino superior, era preciso mudar as mentes, os contextos e os comportamentos. Não sei se isso estará a acontecer apesar do enorme progresso científico e tecnológico e se as pessoas são verdadeiramente mais esclarecidas, autónomas, responsáveis. As notícias que nos vão chegando dos diferentes quadrantes a nível nacional, internacional e global são difusas, imprecisas e, muitas vezes, contraditórias.
O que se nota e não deixa de ser curioso é que os atores de ontem que, na primeira linha, se esforçavam por uma nova concepção educativa e novas formas de conhecer, aprender e educar para a cidadania, sofreram os ataques de toda a ordem e até desleais daqueles que vinham das chamadas ciências mais duras. Hoje, parece que essas mesmas concepções começam a ser trazidas para a discussão e o debate por esses outros atores no campo da educação e da formação com grande audiência e aceitação. As pessoas passam mas as boas ideias e as conclusões científicas vão ficando servidas embora por outras abordagens pedagógicas e outros rostos vnidos das diferentes áreas científicas e tecnológicas.
Efetivamente, um novo homem está a nascer e, porventura, a configurar esta nova vaga como uma sociedade dos "pulgares" que as novas tecnologias da informação e da comunicação vieram possibilitar e os mais velhos aprendem conjuntamente com as novas gerações e se tornam mais jovens, mais espontâneos e desinibidos obrigando os próprios espaços, equipamentos, construções e instituições de educação e de formação a todos os níveis a tornarem-se mais dinâmicos, resilientes e adequados às novas exigências de conhecer, aprender, pesquisar, comunicar e agir.